Desde novo que habitualmente uso no bolso um canivete . Foi seguramente um dos meus primeiros objectos de culto e o utensílio perfeito para acompanhar a imaginação desses tempos. Era vulgar ver os homens e mulheres da terra munidos com o seu , objecto indispensável nas lides do campo, na caça ou na cozinha .
Formei-me em escultura e em Artes Plásticas,e com o passar dos anos e da experiencia , o aço acabou por se definir como um dos meus materiais de eleição. Um dia foi-me pedido que eu fizesse uma faca. A necessidade conduziu-me a uma das maiores fábricas de cutelarias do Oeste onde se encontra sediadas a maioria das industrias do género no país. Foi um salto até descobrir a empresa que fabricou o meu primeiro canivete ,CIOL(cutelarias industriais do oeste), conheci aí Carlos Norte que partilhou comigo o seu entusiasmo pela cutelaria . Foi-me mostrado por ele a grande variedade de modelos ,a grande maioria ainda fabricada na sua empresa ,outros provenientes das fábricas transmontanas do Palaçoulo e de artesões locais . Uma variedade de formas e tamanhos , resultado de uma tradição cuteleira esquecida e existente há mais de 150 anos e infelizmente desconhecida do público em geral . Alguns destes modelos são únicos , não que sejam originais na sua forma e função, mas pela história que cada modelo tem desde a sua origem e pelas sucessivas influencias e modificações a que foi sujeito até aos nossos dias.
Fascinante é de igual modo a história das gentes que o fabricam e usam.
Deixo aqui alguns dos modelos madeinPortugal
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